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Estudo relaciona dengue com falta de saneamento básico no ES

11/08/2024

Então um estudo desenvolvido pela área técnica do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES) demonstrou a relação entre o número dos casos de dengue com a falta de saneamento básico.

A pesquisa foi realizada em municípios capixabas pela equipe do Núcleo de Controle Externo de Avaliação e Monitoramento de Políticas Públicas de Saúde (NSaúde).

Portanto o trabalho foi desenvolvido durante a epidemia de dengue nas primeiras 14 semanas deste ano. Segundo o levantamento, 63 dos 78 municípios capixabas apresentaram no período observado incidência de dengue superior a 300 casos para cada 100 mil habitantes, índice considerado alto pela classificação do Ministério da Saúde.

Segundo o estudo concluiu que, além dos fatores climáticos, a falta de infraestrutura de saneamento foi crucial para os altos números da doença no Estado.

“A literatura aponta que, embora condições climáticas possam impulsionar a propagação do mosquito transmissor da dengue, problemas de saneamento também desempenham um papel significativo para o vetor da dengue. Portanto, ao avaliar os dados municipais de saneamento, podemos identificar possíveis lacunas que contribuem para o aumento da incidência da doença no Espírito Santo”, diz o texto do NSaúde.

“É crucial destacar que as políticas públicas de saneamento básico desempenham um papel fundamental na promoção da saúde e qualidade de vida da população. Elas criam um ambiente que reduz significativamente a presença de vetores, como animais e insetos, que propagam parasitas, bactérias e agentes patogênicos. Isso, por sua vez, contribui para a prevenção e controle de doenças, tais como hepatites, dengue, verminoses, diarreias, cólera, toxoplasmose, entre outras”, completa o material.

Falta de investimentos

Em conclusão ao analisar os números de investimento público em saneamento básico no Espírito Santo, o estudo concluiu que, em 2021, apenas quatro dos 78 municípios capixabas possuíam pelo menos 90% de cobertura de coleta de esgoto. Também foi constatado que apenas um terço dos municípios fornecia água potável para menos que 50% da sua população.

Em suma no município de Barra de São Francisco, por exemplo, que registrou uma incidência de 8.548 casos de dengue no período. Apenas 65,01% da população é atendida com abastecimento de água, abaixo das médias estadual e nacional, de 83,4% de 84,9%, respectivamente. Portanto a situação do tratamento de esgoto é ainda mais preocupante. Ademais com apenas 20,43% de cobertura, também inferior à média estadual (59,5%) e à nacional (56%),

“A partir dos dados de incidência em 2024 e dos indicadores de saneamento básico, foi observada uma correlação inversa. Ou seja, municípios com piores sistemas de saneamento básico tendem a apresentar maior incidência de dengue”, conclui o documento.

Por Otávio Gomes

Fonte: ES.