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Brasil já recicla 97% das embalagens de defensivos agrícolas

24/10/2024

Até o início da década de 1990, a maioria das embalagens de defensivos agrícolas era descartada no campo, queimada ou enterrada, provocando a contaminação do solo, dos rios e dos lençóis freáticos, com sérios riscos à saúde pública e ao meio ambiente.

A falta de regulamentação e conscientização tornava difícil o manejo adequado dessas embalagens.

Mas a mobilização de fabricantes de defensivos agrícolas, de agricultores e do governo criou a antiga lei 9.974 de 2000, atualizada na lei 14.785 de 2023 e no decreto 4.074 de 2022, que regulamentou a logística reversa e deu origem ao Sistema Campo Limpo.

Para gerenciar esse sistema, foi criado em 2001 o inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias), que entrou em operação em 2002. A partir de então, passou a vigorar um modelo de responsabilidades compartilhadas, no qual agricultores, distribuidores e a indústria contribuíram para o desenvolvimento da PRNS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) de 2010.

Dados do inpEV indicam que 400 unidades de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas, espalhadas por 25 Estados e Distrito Federal, destinaram 53.212 toneladas de recipientes para reciclagem e incineração em 2023.

Desde o início do programa, em 2002, o inpEV já encaminhou 754 mil toneladas, consolidando o Brasil como uma referência mundial na destinação correta desses materiais.

“Só em 2023, evitamos a emissão de 75.239 toneladas de CO2e, e desde 2002, esse número chega a 1,05 milhão de toneladas de CO2e evitadas. Esses resultados são fruto de um esforço contínuo do inpEV e de nossos parceiros para mitigar as mudanças climáticas e preservar o meio ambiente”, diz Marcelo Okamura, diretor-presidente do inPEV.

Outro avanço importante, segundo ele, foi a autogeração de energia solar, área na qual o inPEV registrou um crescimento de 169% em relação a 2022.

“Isso mostra nosso compromisso com o uso de fontes de energia renováveis e com a sustentabilidade em todas as frentes de atuação”, diz Okamura.

A trajetória do inpEV e a criação da logística reversa no agronegócio brasileiro estão profundamente conectadas ao avanço da economia circular no país.

Fonte: Poder 360.